ENTREVISTAS

Estevão Tavares Neto

Estevão Tavares Neto

Árbitro de Xadrez

Faça uma auto apresentação.
R. Nasci em Santos no mesmo dia e mês de Pelé porém 17 anos depois que ele nasceu.
Sou naturalizado português desde 2008, formado em Administração de Empresas,
Comunicação (Jornalismo) e Direito (em dez/2011). Casado, 3 filhos, 5 netos,
apreciador de esportes, música, teatro, cinema, viajar, etc..

O que te fez desejar ser árbitro?
R. Quando adolescente tinha o desejo de ser árbitro de futebol e o concretizei entre 1979
e 1986, mas depois me desiludi com as mazelas desse esporte e passei a me interessar
em arbitrar xadrez, pois já tinha certa experiência e me sentia preparado.

Qual sua primeira escala?
R. Pela Federação Paulista de Xadrez, acredito que arbitrei pela 1ª vez os Jogos Regionais
de 1987. 

Qual sua partida inesquecivel?
R. Foi uma partida que joguei por correspondência contra Adolpho Quixadá Neto, do Rio de
Janeiro. Ambos tiveram chances de vitória, foi uma partida com ataques e contra-ataques
muito bonitos. No final o resultado foi empate e a partida está publicada em um Informador
Enxadristico.  
                           
Qual o lance mais marcante até hoje?
R. Aconteceu nos Jogos Universitários da Baixada Santista onde, quando cursei Administração
de Empresas, nossa equipe foi tetracampeã. Em um dos anos (entre 1975 e 1978) joguei contra
Luiz Carlos Cruz e fiz o Roque (movimento especial de xadrez que geralmente é feito antes dos
10 lances) após o 20º lance (no 24º, se não me engano) e era o lance que definia a partida a meu
favor. Mais uns 2 ou 3 movimentos eu venci.

Árbitros que se inspirou no início de carreira?
R. Edmundo Aoyama, engenheiro, professor universitário e funcionário da Prefeitura de São Paulo,
foi minha referência e de muitos árbitros de minha geração.  

O que foi para chegar ao quadro internacional?
R. Para se chegar a árbitro internacional de xadrez tem que se obter ao menos 4 normas em eventos que
tenham o aval da FIDE - Federação Internacional de Xadrez e além disso a Federação do País atestar a
competência e qualificação do candidato. Cheguei a árbitro internacional em 1998, apenas 11 anos depois
de me tornar árbitro de xadrez e após 6 anos em que era árbitro nacional. O título de AI em xadrez é
vitalício.

O que a família representa para você e para a arbitragem?
R. A família é a base de tudo. Sou casado há 31 anos, meus filhos, todos casados, tem 29, 27 e 25 anos e
sempre encontrei apoio deles para tudo que faço na vida incluindo a arbitragem. Minha mãe, hoje com 84 anos,
também me deu muita força quando eu iniciei na arbitragem de futebol mesmo sabendo da praxe de árbitro de
futebol ter a mãe xingada.

Que conselho daria ao aluno de hoje e árbitro de amanhã?
R. Tem que ter perfil e principal gostar de ser árbitro. Não ter receio de tomar decisões e
ser imparcial sempre.

Onde começou atuando?
R. Antes mesmo de fazer curso de arbitragem de xadrez (em 1987 no C.A. Paulistano com o AI
e MI Herman Claudius van Riemsdijk) eu já atuava em competições no Clube de Xadrez Santos,
onde era Diretor de Torneios.

Deixe uma mensagem ao árbitro amador.
R. Se gostar do que faz, seja persistente, busque crescer na carreira mostrando o seu potencial. O nosso
maior cartão de visitas é o nosso trabalho que se for bem realizado muitas portas se abrirão.

Filme preferido?
R. São dois: "Tomates Verdes Fritos" e "Sociedade dos Poetas Mortos". 

Qual sua profissão?
R. Fui bancário por 23 anos (até maio/1991) depois passei a trabalhar como professor e árbitro de xadrez,
tanto como pessoa física como pela empresa de minha família. 

Na escola da vida você se considera um aluno nota......., porque?
R. Nota 8. Me considero bom marido, bom pai, bom avô, bom estudante, muito competente no trabalho, mas não
consigo conviver com certas coisas como falsidade, inveja, entre outras e isto me causa uma certa revolta com
relação as pessoas que tem estes tipos de comportamento.

O que vc faz nas horas vagas?
R. Procuro ir a shows musicais, humorísticos, teatro e cinema. Sempre que posso vou para minha
cidade rever mãe, irmão além de outros familiares e amigos.

Fato engraçado?
R. Em 2011 um dos torneios de xadrez que arbitrei no SESC Interlagos logo na 1ª rodada um jogador mais
fraco venceu um dos favoritos a ser o campeão, então levantou e gritou "IA-BADA-BADOO" assustando a
todos os participantes que ainda estavam jogando. Uma atitude inusitada no âmbito do xadrez que fez
rir a todos inclusive a mim que era o árbitro e me limitei a advertir o jogador. Fosse um evento oficial e não
um simples certame de confraternização o adequado seria tirar o ponto do jogador.

Como você vê a classe dos árbitros?
R. Extremamente desunida. O ideal é que todos se reunissem em Associação desvinculada de federações, clubes,
com administração séria que estabelecesse um código de conduta com direitos e deveres para os árbitros de modo
que se tornasse uma categoria respeitada e valorizada. Em xadrez é cada um por si, infelizmente.  

Sonho de consumo?
R. De consumo nenhum, mas o sonho profissional que alimento é poder um dia atuar como árbitro em uma Olimpíada
Mundial de Xadrez, certame que acontece a cada 2 anos (em 2012 será na Turquia) do qual participam mais de uma
centena de países. Poucos árbitros brasileiros atuaram em Olimpíada, pois cada país pode indicar um árbitro apenas
e sempre cabe a Federação Nacional do país fazer isto.

Ser inteligente é.....
R. Buscar seu objetivo com trabalho, dedicação e fazer o bem sem olhar a quem. 







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